26 abril, 2017

Resenha :: Anjo Negro

abril 26, 2017 16 Comentários

“São os pequenos querubins que nos trazem paz de espírito e nos levam a encontrar um sentido no meio dessa merda de vida.”


Sabe o lado bom de ler um livro de romance LGBT (protagonizado por guris) mesmo sendo uma guria hétero e completamente iludida? Você pode multiplicar o seu amor platônico por dois!  E essa é uma das razões por gostar tanto de romances LGBT, além de eles serem, é claro, super fofos e darem um grito contra o preconceito, já que toda forma de amor é sempre válida e tal (menos aquelas possessivas e violentas, aquelas dão medo ).


Apesar disso, eu nunca havia lido um livro assim nacional, só estrangeiros com uma pegada mais juvenil, principalmente (porque eu tenho uma mente de adolescente mesmo já sendo uma velha de 21 anos e podendo beber legalmente nos Estados Unidos e tudo ). Mas agora eu posso dizer que eu li, gostei e não me senti no meio de uma novela mexicana (o que aconteceu em alguns livros nacionais que li, alguns de nós, brasileiros, temos uma tendência para dramatizar tudo, que é uma coisa, e sim, eu estou incluída nisso ).

O livro em questão é Anjo Negro, do autor Lyan K. Levian, publicado de forma independente, que eu nem sabia que existia até o Gabriel (revisor do blog) me falar dele (Obrigada, Gabriel! ). Quando eu li a sinopse desse livro, eu pedi para o ler (talvez tenha implorado, mas vamos fingir que eu tenha algum orgulho, ok?), poooooorém quando o Lyan nos falou mais sobre o livro eu fiquei com um pouco de medo de ler, porque ele não é como os livros LGBT juvenis que eu li, ele é indicado para serezinhos maiores de idade por ter palavrões, violência e uma cena homoerótica. 

Pelos palavrões e pela violência eu nem ligaria, porque, bom, eu leio muitos livros assim, e até gosto de quando espancam alguém, cortam a cabeça, esquartejam... dependendo do meu humor. Já a parte erótica é quase sempre um problema em qualquer tipo de livro, porque eu devo ter uma alma conservadora, chata e recatada, e quem me conhece sabe que se começar a falar sobre isso na minha frente, eu vou ficar completamente sem jeito e tentar falar sobre qualquer outra coisa, nem que seja sobre imposto de renda . Só não fico vermelha, porque, como sou anêmica, não tenho sangue o suficiente para isso. Mas, mesmo assim, eu li, porque, bom, eu sou curiosa, e essa é uma parte incontrolável minha, bem incontrolável, na verdade. E, dessa vez, não me arrependi (ainda bem) de me deixar levar pela curiosidade. Agora, paremos de falar de mim (daqui a pouco vou parecer narcisista ), e vamos (finalmente) ao livro . 

“Apesar de estranhar as próprias ideias às vezes, ele não era de rejeitar o que sentia. Se a coisa estava ali, aceitava e pronto.”

Imagem do autor
Anjo Negro é narrado em terceira pessoa e é protagonizado pelos personagens Kenan e Lucio. Tudo começa quando Kenan Russel está no seu primeiro dia em um novo colégio, no meio do ano letivo do 3º colegial, onde ele não conhece ninguém, já que se mudou para a cidade recentemente. E como ele reprovou por muitas faltas em anos anteriores, ele é três anos mais velho que todo mundo. Aí você pode pensar: “Ah! Pobrezinho, deve se sentir rejeitado, fragilizado e tímido, sem nenhum amigo”, mas pensando isso você se engana, completamente, porque o Kenan logo chama a atenção, com a sua aparência de bad boy, cabelo negro longo, olhos azuis, roupas pretas, muitos colares, brincos... Uma aparência que dá medo, mas que atrai ao mesmo tempo, causando suspiros em um bando de gurias que bem que queriam que ele as jogasse na parede e as chamasse de lagartixa . Porém, ele não está nem aí para elas, na verdade, ele não está nem aí para muita coisa, só quer conseguir o diploma para deixar a mãe feliz. Ele já passou e passa por muita coisa para se deixar ser atingido pela opinião alheia. Na sala de aula ele acaba se sentando ao lado de um guri completamente diferente dele, o Lucio Corrêa. 
Imagem do autor


O nosso querido Lucio, que lembra um querubim, com sardas super fofas, vive se escondendo atrás dos cabelos ruivos, tentando fazer de tudo para não ser notado, só tenta ser um bom aluno sem chamar atenção. Ele sofre bullying todos os dias (principalmente de um certo carinha, o Victor, que ama todas as oportunidades de humilhá-lo), e, muitas vezes, acaba parecendo que é completamente passivo, que nunca tomaria nenhuma atitude, sofrendo calado tudo que tem que enfrentar. Inicialmente eu queria dar uns tapas nele e sair gritando “Acorda para a vida, meu filho!”, porque antes de saber os motivos dele, essa apatia toda é meio estressante.

E não fui a única que achou isso, porque ao perceber a falta de atitude de Lucio, o Kenan começa a provoca-lo também, para tentar faze-lo ter alguma reação. E quando o Lucio explode e faz alguma, as coisas começam a tomar uma direção inesperada pelos dois, pois ambos começam a notar que os dois são muito mais do que as primeiras atitudes e as aparências mostram, as primeiras impressões são apenas a ponta do iceberg, abaixo da superfície é possível encontrar coisas obscuras, mas também apaixonantes .

“É como desejar conhecer o inferno, mas não gostar do calor do fogo.”


Anjo Negro me surpreendeu bastante, porque vai além de ser um simples romance, é um livro que é bem abrangente, desde romance com autodescobertas e aceitação, até gangues, brigas, bullying, entre muitas outras questões. E uma das coisas que eu mais gostei foram os personagens que fugiram dos estereótipos. Pare para pensar. Normalmente, quando lemos sobre algum personagem mais bad boy, motoqueiro, malandro, que faz parte de uma gangue, acabamos achando que ele é todo machão e preconceituoso, certo? Mas estamos errados. Aparências não mostram o interior de ninguém. E o fato de uma pessoa ser hetero ou homossexual não quer dizer que ela é só isso. É apenas uma das características que faz a pessoa ser ela mesma, não é uma característica para limita-la. Sua orientação sexual não precisa te fazer ser como todos esperam que você seja. Você pode ser gay e bad boy, mas também pode ser mais sensível, tímido... Você pode ser o que quiser, porque o mundo vai muito além de estereótipos, vai muito além do que pensamos só quando estamos dentro da caixa. E isso é uma das coisas que mais amei nesse livro, porque o Lyan aborda isso de maneira natural e não forçada, com uma escrita super fluída, que te faz ler o livro rapidinho, em menos de um dia.

“Quanto mais diferentes fossem, mais motivos para chacotas surgiriam.”
E tudo isso me faz pensar nesse livro como se ele fosse chocolate (sou louca por chocolate), porque eu gostei muito dele, mas nesse caso ele é chocolate ao leite e não meio amargo (que é o meu preferido), porque ele não é totalmente perfeito, mas poderia ser. E isso nem é por causa das partes mais pervertidas (que prefiro nem comentar, além de que acho que nunca mais vou olhar para vaselina da mesma maneira), mas pelo fato de que senti que certos detalhes do livro podiam ser mais abordados, como mais sobre as famílias do Kenan e do Lucio, uma abordagem mais detalhada das gangues, uma maior descrição dos cenários ou até retratar a convivência dos protagonistas em período maior de tempo, porque o livro inteiro se passa em cinco dias, e fico pensando em como seria se ele se passasse, por exemplo, em cinco meses, porque acho que assim se aprofundaria mais, ou posso estar totalmente errada e estar falando abobrinha .

Anjo Negro é um livro curto, mas que mesmo assim atinge pontos da nossa sociedade que muitas pessoas ignoram, traz a tona muitas coisas que, muitas vezes, preferimos fechar os olhos e fingir que não existem, mas existem e ignorar não resolve nada, só acumula como uma bola de neve rolando ladeira abaixo. É um livro que te faz sentir um redemoinho de sentimentos e sensações, você fica com raiva, mas depois suspira com algo que acha fofo. Então se você quer ler um romance LGBT nacional que te faz sentir e refletir suas próprias atitudes, esse livro é mais do que indicado. Até! 


“Ser rebelde sem que soubessem também tinha lá sua graça.”

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Anjo Negro
Ano: 2017 (Versão atualizada)
Páginas: 132 (impresso) ou 122 (eBook)
Sinopse (Skoob): 
Kenan Russel é novato na escola em plena metade do 3º colegial - um verdadeiro saco, na opinião dele. Mas sua personalidade desaforada e petulância fazem com que não se sinta intimidado pelos olhares que recebe por causa de sua aparência.
Já Lucio Corrêa, aluno daquela escola desde o primeiro colegial, é o extremo oposto de Kenan: vive encolhido na esperança de que não o notem. O bullying que sofre diariamente ensinou-o qual é seu lugar no mundo.
Kenan vê aí uma boa oportunidade de passar o tempo: quanto mais Lucio se encolhe na cadeira com suas provocações, mais quer incomodá-lo.
Porém, uma pequena atitude de Lucio faz com que Kenan comece a olhá-lo de forma diferente...


Atenção: Livro recomendado para maiores de 18 anos.



Sobre o Autor Lyan K. Levian

Seguindo um indelével desejo pela igualdade, Lyan veste seu manto para colocar em palavras tudo aquilo que acredita sobre o amor e sobre a libido das pessoas.

“Somos todos anjos em corpos humanos, e anjos não têm definição de gênero. Logo, não importa a quem se ame, desde que seja verdadeiro.”

Estando no mundo da escrita há alguns anos, mas somente iniciando publicações do tipo “boys love” em 2016, Lyan traz aos que amam histórias entre garotos um novo frescor nos enredos, sempre misturando romance com personagens problemáticos e lascivos.



Saiba mais sobre o Livro e o Autor

18 abril, 2017

Resenha :: Nós (Us)

abril 18, 2017 0 Comentários

Ganhei este livro em um sorteio promovido pela Livraria e Sebo Simonetti no final do ano passado e até então não havia o lido. Um título tão curto e a capa vermelha me chamaram a atenção, resolvi arriscar e dar uma chance, até porque nunca tinha lido nada deste autor.

Douglas Petersen é um bioquímico de 54 anos, é metódico, organizado, objetivo e, talvez, um pouco antiquado. Casado a 25 anos com Coonie Moore, uma artista de espírito livre, eles viviam uma vida feliz com seu filho adolescente Albie, um jovem rebelde e também artista.

Até que uma noite, Douglas é surpreendido por sua esposa, que diz querer se separar. E ele se vê sem chão, não entende, e aquilo martela na sua cabeça... Mas, como? Eles não eram tão felizes, não estavam bem?

"A conversa continuou por algum tempo, Connie, exultante com toda aquela sinceridade, eu, inseguro, incoerente, esforçando-me para assimilar o que ouvia. Há quanto tempo ela se sentia assim? Será que estava realmente tão infeliz, tão cansada? Eu entendia sua necessidade de ‘redescobrir a si mesma’, mas por que ela não poderia se redescobrir comigo por perto? Porque, como ela dissera, nosso trabalho estava concluído."

A separação não seria iminente, uma vez que eles já haviam programado as férias familiares “O Grand Tour dos Petersen!”, uma viagem pela Europa e seus principais pontos turísticos, seria essa a chance de Douglas reconquistar sua esposa ou deixar tudo ir por água a baixo?

Douglas, como todo bom metódico, havia planejado cuidadosamente e organizado o roteiro da viagem, mas Connie e Albie queriam que ele vivesse o momento, que se deixasse levar... A viagem continua seguindo relativamente bem, até que em um café da manhã, Albie se mete em uma confusão e tem uma discussão com Douglas, e foi a gota d’água. O caos estava instaurado.

Em meio a memórias do passado e o presente, David Nicholls constrói uma história que se mostra envolvente, complexa e sensível como todas as relações familiares são. Eu, particularmente, gostei muito do personagem Douglas e suas manias, seu jeito “certinho”, mas não posso dizer o mesmo de Connie e Albie. Será que vocês adivinham o motivo?

Gostei deste livro porque ele é REAL, mostra como as relações familiares são e traz reflexões e diversos aprendizados ao longo da narrativa. O autor soube descrever cada lugar por onde a família Petersen passou ao longo do Grand Tour, nos transportando para dentro do livro e fazendo com que pudéssemos nos sentir na Europa, além disso, no final do livro há um “esquema” dos locais visitados e as obras citadas, para ajudar os leitores.




O livro é dividido em partes, sendo cada uma delas uma parada da família Petersen ao longo do Grand Tour e marcada por uma frase, as páginas são amareladas e os capítulos são bem curtinhos (cerca de três páginas cada um). 

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Nós
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Intrínseca
 
Sinopse (Skoob):
Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio.
O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas, porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho.
Com uma narrativa que intercala a odisseia da família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e, enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido, com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa a intrincada relação entre razão e emoção.

12 abril, 2017

Resenha :: O Garoto dos Olhos Azuis (Trilogia Encantados #1)

abril 12, 2017 2 Comentários

“Você já teve um grande sonho? Um que você imaginou nos mínimos detalhes por uma vida inteira?”


Adivinhe quem resolveu resenhar outra releitura de contos de fadas? Siiiiiiiiim, euzinha!  Mas essa é um pouco especial, porque é uma obra nacional, que, tirando uma coisa ou outra, é realmente boa. E você deve querer perguntar: “Por que essa fixação toda por releituras, Danii?” Bom, eu amo releituras de contos de fadas, porque, bom, eu amo contos de fadas . E isso me faz ser uma romântica bem iludida. Maaaas diferente da maioria das gurias iludidas eu não acho que me apaixonaria fácil por alguém de carne e osso, porque crio expectativas em excesso, então não tenho esperanças de achar o meu príncipe encantado e tenho quase certeza que o meu cavalo branco passou e eu nem vi ele .
Eu quero sentir borboletas no estômago e não querer dar um soco no estômago do cara, sabe? Eu quero me sentir segura e em casa ao lado da criatura, e não querer sair correndo dela e me esconder até ela sumir de vista. E é isso que acontece desde que me entendo por gente, eu fujo, não me apaixono por guris reais, só por fictícios. E como me apaixono por fictícios! Praticamente eu encontro o amor da minha vida em cada livro que leio, porque é fácil, e, mesmo tendo defeitos, eles são tão maravilhosos... Mas infelizmente não existem no nosso mundo e é por isso que sou iludida ao mesmo tempo que sou desesperançada em termos de amor. E isso meio que explica o motivo de eu gostar de ler releituras, porque elas abastecem o meu lado romântico de ilusões que o mundo real não consegue suprir. Faz sentido? É, acho que não faz nenhum . Mas enfim, vamos ao livro...

 “Quando eu finalmente iria entender que, na vida real, a mocinha sofre o pão que o diabo amassou e nem sempre tem um final feliz?”

O Garoto dos Olhos Azuis é o primeiro livro da Trilogia Encantados da autora Raiza Varella e foi publicado pela Editora Pandorga já faz alguns anos e ano passado foi relançado com uma nova edição. Ele é um romance nacional que é uma releitura de A Bela Adormecida com uma pegada de chick-lit que te faz rir horrores e suspirar horrores também. Essa obra é narrada, principalmente (mas não unicamente, porque alguns capítulos são narrados por outro lindo, maravilhoso personagem também), pela protagonista Bárbara:
► Que é linda, loira, rica, e tem um ótimo emprego como advogada;
► Que foi perturbada pela avó desde sempre com histórias do cara perfeito e de não deixar o cavalo branco passar;
► Que sonha em se casar com o seu príncipe encantado desde criança, quando assistiu a cerimônia de um casamento pela primeira vez;
► E que, às vezes, ainda se lembra de um certo garoto de olhos azuis que a salvou de uma humilhação proporcionada por uma dessas vacas da vida, que mexeu muito com ela, com aqueles olhos da cor do céu, que por muito tempo ela acreditou ser seu príncipe encantado, mas o problema é que nunca mais o viu. Oh tristeza! 

“Na minha grande inocência, realmente não tinha como ficar pior, mas, como sempre demonstrava, o destino tinha algum problema pessoal comigo, e me provou como podia ser esperto e sacana quando queria.”

A Babi estava prestes a realizar o sonho de se casar, mas o cara, o Miguel, que ela achou que era o seu príncipe (já que o Garoto dos Olhos Azuis sumiu do mapa), na verdade era pior que um sapo, pois quando estavam no altar (sim, já estavam na frente do padre e tudo) ele resolveu abandoná-la e revelar que tem um caso com uma das melhores amigas dela. Traição dupla!  E desesperançada e com o coração partido ela resolve fugir de todo esse drama digno de novela mexicana e vai para a casa dos pais, com toda a família (mãe, pai, irmãos, avó...) tentando ajudá-la a superar essa decepção toda. Mas isso não ajudou tanto, então ela recebe um convite dos seus dois irmãos mais velhos e, depois de um tempo, vai morar com eles em seu apartamento para tentar colocar a cabeça no lugar e tal. Mas isso não deve ser fácil, porque os dois irmãos dela moram com outros dois caras. Imagine o desafio de morar com quatro caras! Imaginou errado, porque na verdade, não é um desafio muito grande, porque para um apartamento habitado só por homens é um lugar bem limpo e organizado. Surpresa!


“Só conquista a felicidade quem está disposto a arriscar.”

Os irmãos em questão são o Augusto, conhecido como Monstro e que é médico, e o Gustavo, vulgo Mala, que é engenheiro. E os outros dois caras que dividem o apartamento são o Bernardo, que é delegado, e o maravilhoso, lindo, apaixonante, amor da minha vida, Ian, que é o dono do apartamento e também é médico. Quando a Babi se encontra com o Ian, eles desenvolvem quase automaticamente uma relação de cão e gato, brigando até dizer chega. E como brinde a Bárbara ainda encontra uma nova melhor amiga, a Viviane, vulgo Barbie Malibu, que não mora no apartamento, mas é irmã do Ian, então sempre dá as caras por lá, principalmente agora que tem uma nova BFF .
Morando no apartamento, a Babi consegue aos poucos retomar a sua vida, com novos planos, com nossas amizades, com novas surpresas e talvez até com um novo amor... Mas para chegar ao seu “Felizes para Sempre”, ela vai ter que penar muito e ser forte para lidar com tudo que a espera, deixando as mágoas e desilusões de lado, sem deixar de ter o coração aberto e se permitir ser feliz.


“A questão é que toda mulher tem uma princesa dentro de si em algum lugar, tem algo de único e especial que apenas um homem vai enxergar.”

Eu amei os personagens desse livro, pelo menos a maior parte deles. A Bárbara é guerreira ao mesmo tempo que é covarde, é alegre, mas vive fazendo drama, fugindo, dando piti... Mas nenhuma mulher é perfeita, né? Então acabamos nos identificando muito com ela. Os irmãos da Babi, o Monstro (mais estressado e com um jeito todo bruto de ser) e o Mala (mais amigável e sensível), me deixaram um pouco triste pelo fato de não ter irmãos, eu amei a relação entre eles e a irmã mais nova, porque é do tipo que vão brigar, implicar um com um outro, mas sempre, SEMPRE, vão estar apoiando, protegendo... E eu sempre quis ter isso, mas nunca vou ter (vou chorar ali no canto ). A Vivi é uma melhor amiga que devia servir de exemplo para todas as melhores amigas do mundo, ela ilumina, ela encanta, ela alegra, ela apoia, ela consola, ela incentiva, ela aconselha... E ainda vem com um irmão maravilhoso a reboque! Preciso de uma Barbie Malibu, principalmente uma que venha acompanhada por um Ian, porque que ser apaixonante, meu bom Poseidon ! Lindo, loiro, médico, que toca violão e canta, com um sorriso capaz de derreter todas as geleiras da Antártida e com um olhar que faria qualquer uma tremer nas bases. Um ser fofo, protetor, carinhoso, cheio de amor ... Ah! Suspiros, suspiros e mais suspiros! 

  #AProcuradeumIan #IanEuTeAmo #CasaComigoIan  

“Nunca se ressinta, nunca desista. O cavalo branco só passa uma vez e não volta, mas não é tão fácil assim enxergá-lo.”

A Raiza Varella possui uma escrita bem fluída, que te faz grudar na história até te fazer esquecer que precisa dormir e que você tem uma vida. A narração é super envolvente, os personagens são encantadores... Mas eu não amei esse livro totalmente por um simples motivo: depois da metade do livro, algumas coisas eu senti que foram muito apressadas, pouco desenvolvidas, não vou dizer que foram totalmente desnecessárias, mas do jeito que estão trazem um excesso de drama que a obra não precisa, parecendo uma novela mexicana. Se o livro tivesse umas 700 páginas, melhorando o desenvolvimento dele como um todo, acho que ficaria muito melhor e não ficaríamos com a sensação de coisas jogadas na gente, sabe? Mas tirando isso, o livro é realmente muito bom .

“Quantas vezes um coração podia se partir?”

O Garoto dos Olhos Azuis é um livro sobre amor, perdão, amizade, família, superação e recomeços. Ele nos proporciona uma visão do amor nas mais diversas formas, nos fazendo rir, refletir, nos emocionar. Nos mostrando que o nosso príncipe encantado pode estar mais próximo do que imaginamos, e, mesmo se nunca o encontrarmos, ainda teremos o amor e carinho da nossa família e dos nossos amigos (de verdade) que podem ser tudo que precisamos para alcançarmos a felicidade, com o cavalo branco aparecendo ou não. Até! 


“Hoje eu percebo que é um grande erro criar as crianças para acreditarem no amor verdadeiro. A Disney deveria se envergonhar de vender a pobres almas ingênuas sonhos que não se concretizam na vida real. Hoje, eu mataria com minhas próprias mãos a Cinderela se tivesse a chance de encontrá-la passeando de abóbora; seguraria a cabeça da Ariel fora da água até ela sufocar, e riria até me dobrar se a Fera devorasse a Bela. Todos esses contos de fadas entorpeceram minha mente e me fizeram crer que, um dia, quando eu virasse a esquina, daria de cara com um príncipe montado em um cavalo branco. Se eu tivesse sorte, o cavalo teria asas e o cara me levaria para morar em seu castelo. Como hoje eu sei que as coisas mais inesperadas acontecem comigo, só posso rezar para não ser sequestrada e ser feita de refém por algum maluco que queira uma empregada doméstica que cobre pouco.”


Nota ::  

Informações Técnicas do livro

O Garoto dos Olhos Azuis
Trilogia Encantados # 1
Ano: 2016
Páginas: 376
Editora: Pandorga
Sinopse (Skoob):
O príncipe encantado existe?
Bárbara é linda, loira e bem-sucedida. Desde que assistiu a uma cerimônia de casamento pela primeira vez, ainda criança, seu sonho é apenas um: percorrer o tapete vermelho da igreja, vestida de noiva. Porém, contrariando todas as suas expectativas, ao ser abandonada no altar, a vida de Bárbara desmorona. Ela decide voltar à cidade natal e passa a viver com os irmãos e mais dois amigos. Todos homens. Com a ajuda de Vivian, uma espécie de Barbie Malibu, Bárbara tenta superar sua decepção amorosa recente e uma da adolescência, que volta com tudo à sua memória: o garoto dos olhos azuis. Será que o cavalo branco só passa uma vez? É isso que Bárbara vai descobrir com bom humor, jogo de cintura e uma pitada de neurose, em O Garoto dos Olhos Azuis, romance de estreia de Raiza Varella.